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domingo, 31 de maio de 2015

O Rock Acabou!? - Gabriel de Aquino



Este é um tema que vem sendo abordado desde o início dos anos 2000, por diversas revistas em seus artigos, bem como em blogs e sites especializados.


Ouça diversos estilos no Gabriel Works inc.
https://soundcloud.com/gabrielworksinc



     A maioria destes artigos não são assinados, o que gera uma insatisfação de minha parte. Quem escreveu tal publicação tem algum conhecimento de música? Toca algum instrumento? Estudou música em algum momento de sua vida? Tem alguma credibilidade musical? Ou é só ouvinte de música popular? Existe um abismo entre ouvir e tocar música.  Se determinado veiculo de comunicação publica uma matéria sem assinatura, isso quer dizer que reflete o pensamento de todo o editorial? A única informação que conseguimos extrair de uma publicação não assinada é o fato de o indivíduo ser colunista e alfabetizado. Mas qual a sua credibilidade como especialista no assunto? Não concordo com publicações ao vento.


            Revistas ditas especializadas, afirmam que o ROCK ACABOU!

     Eu prefiro trocar o ponto de exclamação por interrogação. Pois, depende do ponto de vista e objetivo de quem analisa esta questão.

     O ponto de vista adotado pelos pseudointelectuais da música é o prisma do popismo. Se fazendo utilizar de números globais, percentuais e estatísticas, afirmam que o rock acabou. Entendo o ponto de vista, mas dizer que algo acabou, ou morreu, simplesmente por não ser mais tão popular é simplesmente absurdo. Para tanto, é necessário esquecer de que existem milhares de bandas de qualidade no mundo tocando rock.  Também é preciso ignorar os fãs destas milhares de bandas, que são milhões de ouvintes que consomem rock todos os dias.





     Muitos sites, microblogs e revistas, são taxativos na afirmação de que o rock como era não existe mais. É fato que o rock transformou-se ao longo do tempo. Mas, ignorar que seja ainda rock os estilos que nascem dele, é no mínimo incoerente. É claro que o rock não é o mesmo dos anos 60. Os próprios Beatles mudaram o conceito rock, trazendo influências da música clássica e até da música oriental para o rock daquela época. No final dos anos 60 o rock já sofria a sua metamorfose para se tornar o que é hoje. As transformações do rock geraram um novo conceito de seu estilo, mas  em sua essência permanece sendo rock. Quando o Metallica fez sua memorável apresentação com orquestra, não deixou de ser O Metallica por causa disso. Continuou sendo a mesma banda, com a mesma proposta, porém com outros timbres agregados. O mesmo ocorre com o estilo rock como um todo.




     Os críticos de plantão podem até entender de Marketing, mas arte não é o forte destes. Críticos de arte, nunca acertaram sobre o rock, seja ele nacional ou internacional. Se dependêssemos dos críticos, ainda ouviríamos Skiffle e o Rock nunca teria nascido. Se fosse pelos marketeiros dos estúdios dos grandes selos, músicas como Yesterday (The Beatles), ou Faroeste Caboclo (Legião Urbana), e tantas outras, não teriam sido gravadas, pois fogem dos padrões que as gravadoras gostam. Aquela velha fórmula padrão de “sucesso” (Estrofe=>Refrão=>estrofe2=>Refrão até acabar). Bem como, aqueles timbres manjados de guitarras tradicionais, distorções básicas, nunca fugindo do aceitável pra maioria. Ou seja, nada se cria neste ambiente. Não há espaço para inovações no mundo das gravadoras.





     Outra abordagem sobre o tema é o fato de não aparecerem bandas de rock novas. Ora! Onde estão procurando bandas novas? Estão procurando em programas de televisão? Em rádios pops? Com certeza não estão procurando no soundcloud ( https://soundcloud.com/gabrielworksinc ), youtube, etc., que é onde estão concentradas as bandas de rock e gêneros afins. Como já disse no parágrafo acima, na indústria fonográfica atual, não há espaço para experimentalismo, tampouco para bandas que não estão no “padrão” estipulado por elas em suas fórmulas de sucesso. 
 

    Noutra abordagem de um site de revista famosa, fizeram uma matéria sobre o assunto falando especificamente do cenário musical nacional brasileiro. A matéria dizia que o rock tinha acabado e o sertanejo domina o mercado. Mas, que ponto de vista mesquinho que só vê a vendagem como forma de avaliação. É uma visão bem tupiniquim mesmo. Imagine você, se só o que vende mais fosse o ideal? Se fosse assim a indústria automotiva só faria um tipo de carro, o mais  barato, afinal é o que mais vende. É um pensamento muito, muito pequeno para ser aplicado a qualquer coisa, especialmente à arte.


              "Enquanto houverem jovens rebeldes haverá rock!"




          Por que eu afirmo que o rock é um dos melhores estilos musicais já criados? Simples: Eu nunca ouvi falar de que uma criança criada por pais que escutam Led, Stones, Beatles, The Who, AC/DC, Satriani, Steve Vai, Pink Floyd, etc. se rebelasse no futuro e fosse ouvir Funk em lata e Sertanejo. -"Tô revoltado com os meus vélhos que só escutam esses sons roqueiros, vou curtir o Mc. porcaria e Sertanojo Semialfabetizado..." - Você conhece alguém que fez isso? Se conhece, pode mandar o nome dele nos comentários. Mas, mande o RG, face, comprovante de residência e uma amostra do DNA dele, pra a gente confirmar a existência do indivíduo. - ISSO NÃO 'ECZISTE'!"


     Voltando ao cenário global do rock, a indústria de equipamentos musicais nunca se desenvolveu tanto como de 2000 pra cá. Os equipamentos desenvolvidos são feitos por e para rockeiros. Os endorsers das empresas, em sua maioria , são do rock. Alguns outros no cenário mundial são músicos do Jazz. Mas, eu ainda não vi (talvez eu esteja desinformado) um endorser sertanejo, ou pior, funkeiro. Isso mostra que o foco maior da indústria de equipamentos e instrumentos musicais, são os músicos do rock e do jazz. Há um investimento massivo no avanço de tecnologias para guitarristas a cada ano. Instrumentos, pedais, pedaleiras digitais, caixas, cabos, cordas e até mesmo aplicativos exclusivos pra guitarristas, que em sua maioria tocam o “maldito” rock. Mas, as revistas insistem em dizer que o rock morreu.





     Isso me leva a crer, que após as perdas incalculáveis da indústria fonográfica depois do advento da internet, a indústria fonográfica vem pagando veiculações em massa destes artigos pobres de argumentos, a fim de justificar o investimento em outras áreas da música popular e fazer com que o público em massa, passe a não comprar o independente, caindo nas garras dos grandes selos, como era até a década de 90.   

     "O rock não morreu! O rock sofreu uma metamorfose." 

      E a indústria fonográfica pode tirar o cavalinho da chuva, pois uma grande parcela da população mundial e músicos não vão cair nessa conversa de que acabou. Não vamos consumir o lixo da indústria fonográfica, mesmo que parem a produção de discos de rock no mundo. Gravaremos em casa e lançaremos em selos independentes o bom velho rock para as próximas gerações. E os discos antigos, permanecerão sendo copiados de forma caseira, caso a indústria os tire circulação. 

        








      O rock não é somente um ritmo. Rock é uma paixão que nunca acaba. É um estilo de vida que se transforma e que nunca acaba.





Conheça bandas novas e outras não tão novas assim, no streaming do blog: 





- Gabriel de Aquino